Atuei por 40 anos com carteira assinada e desde de 2010 em consultoria. Durante o período com carteira assinada dos meus 10 empregos, 9 foram em multinacionais.
Efetivamente são as empresas americanas onde eu senti o cargo deController mais valorizado. Já nas europeias, são adotadas boas práticas e com frequência grandes corporações chegam a separar a Controladoria Financeira da Controladoria de Negócios.
Tendo ou não uma área de Controladoria de Negócios separada, as empresas precisam de uma Controladoria forte, que esteja no controle e defesa de boas práticas que colaboram com a saúde econômica, financeira e atendimento aos melhores padrões de controle e ética.
No entanto, é muito comum a Controladoria não ocupar o lugar que lhe é devido em muitas empresas, e ser mais utilizada como uma área à disposição dos desejos de gerentes e diretores do que no atendimento aos padrões de uma Controladoria de Primeira linha.
Dentre as funções de uma Controladoria de primeira linha eu citaria:
- Assegurar reporte contábil de qualidade, incluindo atendimento das normas contábeis, prazos de disponibilização das informações ágeis e formato adequado.
- Manter um sistema de Planejamento de Longo, Médio e Curto Prazos com detalhe suficiente que permita fazer simulações rápidas e detalhadas que permitam projetar resultados a nível de empresa como um todo, por produto, por unidade de negócio, por cliente, etc. Tudo isso contribuindo para empresas terem modelos de simulação detalhados e usarem tais modelos para a construção de cenários diversos.
- Coordenar sistemas de gestão de indicadores de desempenho, planos de melhoria contínua, aumento de eficácia e eficiência e foco na adoção das práticas seguidas nas melhores empresas, as de classe mundial.
- Dar suporte e ser a área chave para o desenvolvimento de estudos especiais, que não ocorrem em situação de continuidade. Esses estudos podem envolver, aquisições ou vendas de partes ou o todo de empresas ou marcas, lançamento de novos produtos, estudos aprofundados de planejamento tributário e tantos outros estudos pontuais.
No entanto, tenho visto profissionais experientes e qualificados que coordenam Controladorias fracas, onde a vontade dos diretores e gerentes muitas vezes prevalecem sobre o que as melhores práticas recomendariam.
Conheci um Presidente de empresa que em todo fechamento contábil ele sentava-se ao lado do Controller e não saía enquanto os resultados não melhorassem consideravelmente em relação aos primeiros e melhores números divulgados. Coisas como reclassificar gastos de uma conta para outra, postergar provisões necessárias, classificar com ativo fixo o que seria gasto de manutenção, atrasar start up de obras em andamento e muitas outras coisas eram praxe.
Como Controller, muitas vezes tive que dizer não aos meus superiores, e nunca tive maiores problemas com isso. Quando a mensagem é bem fundamentada ela é entendida. Mas se fosse o caso de abrir mão de boas práticas e se sujeitar a manobras e desejos de superiores eu preferiria buscar outro lugar para trabalhar. Felizmente nunca passei por isso, mas tive algumas dificuldades por manter certas posições necessárias ás boas práticas em Controladoria.
Hoje a margem de manobra está menor pois as práticas internacionais que o país está adotando representa uma certa evolução para os padrões contábeis, mas isso não blinda as empresas contra más práticas e más intenções.
Precisamos fortalecer a figura do Controller, e com o fortalecimento as empresas só têm a lucrar, principalmente em períodos com o que vivemos de forte turbulência econômica e política.

PALESTRAS SOBRE A IMPORTÂNCIA DE UMA CONTROLADORIA FORTE NAS EMPRESAS
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